
Nesta quarta-feira, 29 de janeiro de 2025, a jornalista Ana Maria Campos, da coluna Eixo Capital do Correio Braziliense entrevistou o presidente da ASSOR, Cel Wellington Corsino do Nascimento, sobre o seu terceiro mandato frente à associação.
Acompanhe a íntegra da entrevista:
A cúpula da Polícia Militar do DF é alvo de uma denúncia por conta do 08 de janeiro de 2023. Como está o ânimo da corporação depois desse episódio?
"Não tive acesso ao inquérito, portanto não posso opinar sobre as razões existentes de termos vários oficiais envolvidos nesse processo. O que que sabemos é fruto das notícias da mídia tradicional e das mídias sociais. Entendo ser um inquérito muito controverso e que é alvo de contestações por parte dos advogados devido à falta do amplo direito de defesa e do contraditório aos indicados. Temos noticia também sobre descumprimentos do devido processo legal. Então, nosso ânimo está em compasso de espera até apurarmos a legalidade do inquérito, da concessão do amplo direito de defesa e do contraditório aos indiciados, além de observar o devido processo legal."
Qual é seu sentimento em relação ao possível envolvimento dos oficiais nesse episódio?
"Não podemos conjecturar e fazer juízo de valor baseado apenas em especulações da mídia tradicional e das mídias sociais. Seria imprudência e injusto. O tempo dirá quem está certo ou errado nesse episódio do 08 de janeiro."
Avalia que o STF vai condena-los?
"Todos os envolvidos julgados pelo STF até agora, pelo 08 de janeiro, foram condenados. Portanto, existe grande chance de também serem condenados."
A Policia Militar do DF é bolsonarista?
"Boa pergunta, pois erradamente a mídia noticiou em vários momentos que a PMDF é bolsonarista. É um erro inominável fazer-se essa afirmação. A PMDF é uma instituição policial de Estado e serve a todo cidadão, indistintamente, na proteção das suas vidas e do seu patrimônio. A missão ou missões da PMDF estão previstas no artigo 142 da Constituição Brasileira e a instituição é fiscalizada pelo Ministério Público e por todas os organismos do Estado e instituições da sociedade civil. Então, é inapropriado e irresponsável dizermos que a PMDF é bolsonarista ou aparelhada por quaisquer outras figuras ou agremiações políticas."
O senhor foi reeleito presidente da ASSOR. Qual é sua meta para esse terceiro mandato?
"Preservar nossos direitos e conquistas institucionais e buscarmos ampliá-los. O foco vai ser no atendimento à saúde básica dos nossos policiais da reserva, reformados, bem como os nossos pensionistas. Outro ponto que será sempre parte constante do nosso trabalho é mantermos a integridade do Fundo Constitucional do DF, pois, se ele for alterado ou dilapidado, o GDF não teria condições de manter a segurança pública no âmbito do Distrito Federal. A parte salarial também é uma grande preocupação da ASSOR, pois os salários da PMDF e do CBMDF já foram os melhores do Brasil tanto para os oficiais como para os praças. Infelizmente, hoje os nossos oficiais apenas ocupam a 19ª posição entre os melhores salários das policias militares e bombeiros brasileiros. No tocante ao salário dos praças, esses sim estão entre os 10 melhores do Brasil. Portanto, temos de espalhar essa grande verdade e buscar estabelecer um padrão mais justo e equitativo entre os salários dos oficiais e praças."
Qual é a principal demanda da corporação?
"Modernizar seu sistema de saúde para atender com eficiência e eficácia os nossos militares e nossos dependentes. O GDF tem de equipar e aparelhar com pessoal técnico e paramédico o nosso centro médico e a policlínica dos bombeiros. De vez em quando, somos surpreendidos com notícias de que o GDF quer anexar nossa saúde ao INAS. E isso é ilegal e sem garantia de eficiência, eficácia e efetividade em promover a saúde dos militares do DF e dos seus dependentes. O INAS é uma instituição privada e nasceu dentro da Secretaria de Educação para proporcionar a saúde dos seus colaboradores. Hoje temos notícia da gestão deficitária do INAS e os recursos destinados à saúde dos nossos militares e dependentes não podem ser destinados a uma entidade privada, pois a PMDF e o CBMDF têm patrimônio próprio nessa área e ele não pode ser transferido para uma entidade privada e sem garantia de vir a ser eficiente e sanar todos os problemas da saúde dos militares do Distrito Federal acumulados a um longo tempo."
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