Publicação: 15/08/2016 04:00
O orçamento da Secretaria de Saúde é composto por três fontes: o Fundo Constitucional, o Ministério da Saúde e os recursos próprios do Executivo local. O desequilíbrio aconteceu, segundo o Executivo local, em razão do aumento da demanda. O governo de Rodrigo Rollemberg, pressionado pelas contas, tem apenas uma opção: remanejar recursos entre órgãos e deixar dívidas para 2017, ou seja, comprar agora e pagar com o orçamento do ano que vem. O colapso financeiro é atribuído à baixa arrecadação de impostos e à crise econômica.
O diretor do Fundo de Saúde, Arthur Luís Pinho de Lima, avalia que as contas da pasta se tornaram uma “bola de neve negativa”. “Estamos tentando reverter a situação. A nossa demanda é maior que a capacidade de prestar o serviço à população”, admite. O que mais pressiona as contas, segundo Arthur, são os gastos com a folha de pagamento, despesa que cresceu 46,8% em cinco anos. Saiu de R$ 3,2 bilhões em 2011, para R$ 4,7 bilhões no ano passado. Para se ter ideia do impacto, a compra de medicamentos e insumos para cirurgias chegou a R$ 1,8 bilhão, em 2015.
As emendas parlamentares, caso sejam destinadas para a saúde, diminuem a diferença entre o que é necessário gastar e o que se tem em caixa. Entretanto, não são suficientes. O governo prevê débitos para o ano que vem. “Uma das formas é, no fim do ano, termos restos a pagar em 2017, o que desequilibra ainda mais o orçamento da pasta. A questão é apenas contábil”, revela.
Apesar do cenário pessimista, o diretor garante que não haverá calotes. “O nosso lema é: precisamos caber dentro do nosso orçamento. Para isso, temos realizado revisões de contratos e licitações de grandes volumes (medicamentos, alimentação e serviços de manutenção) para que consigamos reduzir nossas despesas”, completa ele, ao cogitar um alívio caso seja possível remanejar recursos dentro do próprio governo. “Discutimos isso, mas o cobertor é curto para todo mundo.” (OA)
Fonte: Correio Braziliense
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